Com pós-graduação em Fisiologia do Exercício, o treinador e personal trainer Felipe Baggio avalia em artigo desenvolvido com exclusividade para o site Direcional Condomínios quais os mitos e as verdades estão envolvidas com a prática do alongamento antes dos exercícios físicos.
Alongamento: aliado ou vilão?
Muito se fala que a realização de um bom alongamento previne lesões ocasionadas pela prática esportiva quando feito antes dela, e pode até melhorar o desempenho na atividade. Fala-se também que quando feito após os exercícios diminui as dores pós-treino, provocadas por “tensão na musculatura”. Escuta-se ainda que, por estes motivos, o alongamento deve ser feito sempre antes e depois de qualquer treino. Mas observamos muitas pessoas que ao praticarem suas atividades, não fazem qualquer alongamento e mesmo assim não têm problemas. Afinal, o alongamento é bom e realmente imprescindível? Como e quando ele deve ser feito? Neste artigo abordaremos esse importante tema a fim de orientar a prática da atividade física de forma saudável e consciente.
Nos últimos anos pesquisadores de todo o mundo vêm apontando que os exercícios de alongamento estáticos realizados antes de uma sessão de treino não oferecem proteção ao praticante de atividades físicas. Esta prática pode até aumentar a chance de uma lesão muscular quando se realizam exercícios de alta intensidade, devido ao pré-estiramento do músculo. O mesmo se aplica à sua realização ao final do exercício. Constatou-se também que as dores pós-treino estão relacionadas a micro lesões musculares provocadas pelos exercícios e ainda pela maior excitabilidade dos mecanismos de percepção de dor na musculatura, e não á falta de alongamento. Mas então, o que fazer?
Ao iniciar uma sessão de treino é importante fazer um aquecimento para preparar o organismo para a atividade, fazer com que as estruturas que serão utilizadas passem por uma adaptação gradativa ao esforço. O aquecimento deve conter exercícios dinâmicos, com movimentos articulares e aumento progressivo da amplitude, utilizando os músculos que serão utilizados na parte principal do treino. Alongamentos estáticos podem ser realizados, porém não devem ser priorizados e nem intensos. No caso de exercícios contínuos, como caminhada ou corrida, um aquecimento corporal que estimule o sistema cardiorrespiratório é necessário. Já para exercícios intermitentes, como a musculação, podem-se realizar algumas repetições do exercício com cargas reduzidas. Exercícios específicos com predominância de gestos técnicos são importantes, principalmente para atividades esportivas, como, por exemplo, natação, tênis, futebol, entre outras.
A finalização da sessão de treino deve conter uma atividade de volta à calma. Nesta parte, deve-se diminuir a intensidade dos exercícios e realizar alongamentos suaves, ligeiramente confortáveis, preferencialmente na posição sentada ou deitada, favorecendo o relaxamento. Esse momento é importante para as estruturas corporais utilizadas voltarem gradativamente ao estado de repouso e iniciarem a recomposição e recuperação após o esforço. O que deve ser evitado neste momento são os alongamentos intensos.
É importante salientar que o exercício de alongamento pode ser utilizado também para o treinamento da flexibilidade, a fim de aumentar a elasticidade muscular e a amplitude articular. Neste tipo de treino os exercícios dinâmicos com grande amplitude de movimento são fundamentais e proporcionam ainda melhores resultados. Uma boa flexibilidade pode contribuir para uma melhor postura e consequentemente uma prática esportiva mais saudável. Apenas evite treinar a flexibilidade quando intensificar o treino de outras capacidades físicas, para diminuir a chance de uma lesão.
Portanto, faça seus exercícios de forma consciente, com cada atividade na forma e momento adequado. Sua saúde agradece!
Autor: Felipe Baggio
Fonte: Direcional Condomínios
Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.