Policiais militares do Batalhão de Campo Grande (40º BPM) , do Batalhão de Choque, agentes da Polícia Federal e 27 oficiais de Justiça iniciaram na manhã desta quinta-feira (26) a desapropriação do Condomínio Ferrara, na estrada dos Caboclos, em Campo Grande, zona oeste do Rio, que segundo a prefeitura do município, foi invadido por milicianos. Moradores, no entanto, negam que o local seja controlado por milicianos.
Jamile Pinto Barbosa, de 28 anos, que mora há seis meses com o marido, duas filhas e duas irmãs em um dos apartamentos invadidos, afirmou que não há nenhum grupo de milicianos no condomínio.
- Aqui ninguém paga taxa nenhuma. Não existe milicianos. A associação que temos é para organizar o condomínio e não tem ligação com nenhuma milícia. E agora para onde vou com minha família? Aqui só tem trabalhador.
O condomínio foi construído pelo programa do Governo Federal "Minha Casa, Minha Vida" e tem 272 apartamentos que deveriam atender às famílias cadastradas no projeto. De acordo com a prefeitura, 143 famílias estão em situação irregular.
O secretária municipal de Habitação, Jorge Bittar, que chegou por volta das 11h30 no condomínio, chegou a ser agredido verbalmente pelos moradores. Segundo ele, as famílias que não tiverem para onde ir serão incluídas no programa do Aluguel Social da prefeitura e receberão R$ 400 por mês de auxílio.
- Milicianos estão manipulando as famílias invasores. Esses apartamento estão destinados à famílias extremamente necessitadas e, inclusive, algumas perderam tudo com as chuvas de abril do ano passado. A primeira notificação para deixarem os apartamento foi em fevereiro e ontem (quinta-feira) receberam a segunda. O prazo termina hoje e estamos aqui para garantir a Justiça Social.
A situação era tensa no local no início da manhã e moradores estavam revoltados. Como medo de confronto com a polícia, algumas famílias deixaram os imóveis durante a madrugada, mas a maioria ainda ocupa os apartamentos. Moradores estavam reunidos no interior do condomínio e se recusavam a deixar os imóveis. Do alto-falante, uma mensagem orientava que ficassem calmos e que permanecessem dentro de suas casas.
Do lado de fora do condomínio, havia seis caminhões de mudanças e dois ônibus da PM que eram usados na desapropriação do local. Segundo a polícia, o grupo de milicianos que atua na região seria do ex-PM Ricardo Batman, que está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grasso do Sul.
Autor: R7
Fonte: Licita Mais Condomínios
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