O consumo de combustíveis continuará crescendo significativamente no país, disse nesta quarta-feira (18) o presidente da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, José Lima de Andrade Neto. Segundo ele, o consumo de combustíveis tem crescido a taxas aceleradas. Um exemplo é o querosene de aviação. "Porque a aviação tem crescido de um ano para outro entre 4% e 15%".
O consumo de combustíveis no primeiro trimestre cresceu cerca de 5,6% em relação ao mesmo período de 2010, disse. A expectativa é que o consumo continue crescendo no ano, acima do Produto Interno Bruto (PIB). O aumento, de acordo com Lima Neto, é resultado da ascensão da classe C. "Os analistas consideram que a principal variável é a questão do crescimento da classe C, a migração das classes D e E. Isso faz com que a base de consumo aumente. Essa é a motivação".
Regulamentação do etanol
José Lima de Andrade Neto afirmou que o aumento de poderes dado pela Medida Provisória (MP) 532 à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para regulamentar e fiscalizar a produção de etanol foi uma medida acertada. Após participar do 23º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), ele disse ainda que para todos os agentes do setor, "é muito bom ter um agente regulador, que olhe produção, que olhe tudo o que está sendo feito".
Para Lima Neto, a crise de combustível registrada nos primeiros meses deste ano foi causada pela falta de um órgão regulador. "Acho que a regulação do setor de combustíveis ter passado à ANP foi uma decisão correta do governo, no sentido de que, se nós temos o Brasil cada vez mais dependente desse combustível, é preciso uma entidade que regule esses combustíveis para a sociedade".
Preço da gasolina
A diminuição do preço da gasolina, observada nos últimos dias, foi resultado da retomada de produção do etanol, a partir de meados de abril, disse Lima Neto, após participar do 23º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio de Janeiro.
A safra terminou em dezembro do ano passado, provocando elevação dos preços do etanol, "tanto o etanol hidratado, que é usado diretamente, quanto o anidro, que é misturado 25% com a gasolina". No Brasil, existem dois tipos de gasolina: a A, que é vendida nas refinarias da Petrobras, e a C, que recebe a adição de 25% de álcool anidro. "A gasolina C caiu porque os preços do etanol começaram a descer".
A tendência, prevê, é que os preços do etanol continuem caindo, com a entrada da nova safra. Lima Neto admitiu que nesse cenário, a BR poderá vir a fazer alguma nova redução nos preços para revenda. "Provavelmente vão acontecer novas quedas porque a tendência é, com a entrada da safra, os preços do etanol continuarem caindo".
Vendas de álcool
Antes desse processo, as vendas da BR entre novembro e dezembro do ano passado eram divididas em torno de 75% de gasolina e 25% de etanol. No auge da alta do etanol, no fim de abril, ele informou que as vendas de gasolina chegaram a atingir 93%, contra 7% de etanol. Na atual fase de transição, a participação do etanol nas vendas da BR já começou a subir, disse Lima Neto. "E o etanol passou a ter um preço bem mais competitivo". A tendência é voltar à normalidade, afirmou.
Lima Neto admitiu que a demanda crescente é outra variável que tem de ser considerada nessa equação. A frota de automóveis flex vem crescendo no Brasil, "Por outro lado, a frota antiga, que era cativa da gasolina, está sendo alienada, de tal modo que cada vez mais, proporcionalmente, você vai ter na frota brasileira mais carros flex". O problema, apontou, é que a produção de etanol foi menor do que a demanda apresentada.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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