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Falta de qualificação é o grande entrave para Construção Civil em SC

19/01/2011 – Para solucionar o problema, setor faz parceria com o Senai e oferece cursos de qualificação.

Em 2010, a Construção Civil criou 340 mil novos empregos com carteira assinada no país. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil, foi o melhor ano da história para o setor, um crescimento apoiado na expansão da economia e na aposta do governo em programas de habitação, como o "Minha Casa Minha Vida".

 

Porém, a falta de qualificação para a mão-de-obra ainda é uma reclamação constante entre os construtores. "Estamos vivendo, em Florianópolis, o ‘apagão' da mão-de-obra", opina o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) de Florianópolis, Hélio Bairros. Ele conta que, com essa dificuldade, as construtoras são obrigadas a introduzir máquinas, o que gera, no caminho oposto, menos postos de trabalho.

 

Em Blumenau, terceira maior cidade do Estado. a situação é parecida. "Nunca se investiu de forma ostensiva na formação de mão-de-obra", reclama o presidente do Sinduscon local, Amauri Buzzi. "Nosso setor cresce à margem dos outros, absorvendo o excedente de trabalhadores. Somos opção, e não preferência, mas remuneramos melhor", avalia.

 

Qualificação

 

Para solucionar o problema, que afeta diversos setores e é conseqüência direta do crescimento econômico, o sindicato da cidade-polo do Vale do Itajaí decidiu financiar, no começo de 2010 e do próprio bolso, a construção de uma escola de formação. E coube ao SENAI de Santa Catarina montar os cursos, que abrangem todas as carreiras do setor.

 

Uma das turmas da escola é a de aprendizagem em Oficial de Edificações, um profissional que faz a ligação entre a área administrativa e gerencial da obra (os engenheiros) e os trabalhadores. A turma é composta, na sua maioria, por adolescentes de 14 e 15 anos, que querem uma base para uma futura carreira profissional.

 

No total, 386 pessoas se matricularam nos cursos oferecidos pela escola de Blumenau no ano passado, e Buzzi explica que as próprias construtoras associadas ao Sinduscon garantem contratar os aprendizes ao fim do curso. Agora, a ideia é ampliar a parceria entre os sindicatos e o SENAI para outras sete cidades catarinenses, formando 5.000 profissionais por ano nessas novas unidades.

 

Expansão

 

O diretor regional do SENAI catarinense, Sérgio Arruda, revela que as novas escolas estarão em São José, Itajaí, Jaraguá do Sul, Lages, Capivari, São Miguel D'Oeste e Concórdia. Haverá ainda uma unidade móvel. A maioria deve entrar em funcionamento na metade do ano.

 

"Serão cursos de formação básica, ainda não temos condições de um ensino mais especializado, como em países desenvolvidos, mas queremos chegar lá", destaca Sérgio. Um exemplo desse ensino seria formar um trabalhador especializado apenas em operar gruas, estruturas que transportam materiais no canteiro de obras.

 

Essa formação básica será dada também em cursos de aprendizagem, como aquele de Blumenau, mas também existem outros dois tipos: os técnicos e os de qualificação. Os técnicos duram dois anos e exigem ensino médio, já os de qualificação têm curta duração e servem para quem já trabalha na área. Enquanto que o oferecimento destes dependerá da demanda por matrículas, os de aprendizagem estarão em todas as unidades.

 

"Iniciamos esta discussão há bastante tempo com o SENAI, será uma chance de solucionar esta crise. Vamos buscar pessoas sem horizonte", explica o presidente do Sinduscon da capital. Os cursos de qualificação na área de engenharia civil já existem em algumas cidades, como Joinville e Balneário Camboriú. A novidade agora é a atuação conjunta. "Os salários são atrativos, temos conhecimento de construtoras que pagam até R$ 2.000", revela.

 

Desafios

 

As novas escolas de formação já começam com um desafio: é difícil encontrar pessoas que queiram trabalhar na Construção Civil sem virem do excedente de outras áreas. Por isso, o SENAI espera que as próprias construtoras façam a propaganda dos cursos entre os funcionários, o que deve surgir naturalmente. "A construção evoluiu, o canteiro está modernizado. Vamos precisar de operadores de grua, montadores de elevadores, enfim, trabalhadores que mexam com máquinas", prevê Bairros.

 

Autor: JÚLIO SURIANO

Fonte: Economia SC

Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.

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