Com 19 anos, Juliano da Natividade largou o emprego em uma lan house para se tornar empresário. Ele e um amigo montaram a Promptitude Serviços Personalizados, que atua em assessoria contábil e administrativa. Hoje com 21 anos, Natividade tem em seu currículo a graduação de contabilidade completa e a de economia em andamento.
"Comecei a trabalhar com 15 anos e pretendo seguir neste ramo. Se aparecer alguma oportunidade na área pública, talvez eu mude", comenta o jovem empreendedor.
Juliano não está sozinho. Mais de 320 mil empresários têm menos de 30 anos, o que representa um terço dos empreendedores individuais formalizados no país de acordo com o balanço do Programa do Empreendedor Individual do Sebrae (Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário).
Maioria dos empreendedores têm entre 31 e 50 anos
Os profissionais com menos de 20 anos representam, em média, 4% do um milhão de formalizados. A maioria dos empreendedores, no entanto, é um pouco mais velha. Mais da metade dos que se formalizaram tem entre 31 e 50 anos. Nas cinco regiões brasileiras, o percentual de trabalhadores com essa idade varia de 54% a 57%, e em torno de 13% tem acima de 50 anos.
Sandriny Lacerda tem 24 anos e é dono da Creta Tec, que é especializada na recuperação e valorização de resíduos industriais. A empresa já existe há um ano e meio e atualmente está incubada no MIDI Tecnológico. "Eu fiz faculdade de engenharia de materiais e lá estudei algumas cadeiras sobre empreendedorismo. Quis montar a empresa enquanto jovem porque arriscar nesta idade é muito mais confortável", comenta.
Lacerda conta que antes ter o próprio negócio fez vários estágios, além da iniciação cientifica. "Acredito que daqui a uns dois anos a Creta Tec já andará com as próprias pernas e deixará a incubadora", planeja.
Orgulho
O professor e chefe de departamento do curso de administração da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Nério Amboni, acredita que está havendo um crescimento do empreendedorismo entre os jovens. "Essa mudança ocorre pelo aumento da veia empresarial e por uma questão de orgulho. Nada melhor do que sair da faculdade e ser dono do próprio negócio", afirma o professor.
"Vários alunos fazem planejamento para ter empresa desde o segundo semestre de graduação. Eles montam com recursos dos pais ou de fontes de financiamentos. O importante é ter bom faro de mercado, ideia, garra, vontade e não fazer por modismo" opina Amboni, que ainda sugere que os jovens participem de projetos de pesquisa e extensão, mesmo que voluntários, para terem conhecimento prático. "O mercado está exigindo isso", complementa.
Capacitação
Foi o que fez Flávio Don Lee. Ele participou do Movimento Empresa Júnior - associação civil sem fins lucrativos que reúne universitários para promover a experiência na área de graduação do estudante. Segundo ele, a oportunidade proporcionou maior autonomia e responsabilidade.
Hoje, com 25 anos, Flávio é dono da Master Capacitação. "Meu pai sempre teve empresa e isso me influenciou positivamente."
Para os jovens que têm interesse em montar um negócio, o primeiro passo, segundo o professor da Udesc, é procurar junto as faculdades e o Sebrae informações sobre os procedimentos básicos para conduzir um negócio. Nos bancos também é possível obter dicas de planos de negócios, além das linhas de financiamento disponíveis. É importante também conhecer a legislação e fazer um estudo de mercado detalhado.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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