"Costumava-se dizer que quem não está na China, não está no mundo. Hoje, a premissa também está valendo para o Brasil", a frase, dita pelo ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Antônio Barros de Castro, no painel Brasil X China durante a tarde desta quinta-feira (9) na Expogestão, sintetiza a necessidade de estudar esses dois emergentes que têm abalado a economia mundial.
Com a mediação da jornalista e comentarista de economia, Miriam Leitão , Antônio Barros de Castro, juntamente com o ex-embaixador brasileiro na China, Luiz Augusto Castro Neves, e o diretor-fundador do Conselho Empresarial Brasil-China, Roberto Milani, discutiram a posição da China dentro do cenário econômico mundial, e especialmente sua relação com o Brasil.
Desindustrialização
Um dos pontos polêmicos tratados foi a ameaça de desindustrialização brasileira frente ao dragão chinês. Milani acredita que a China é sim uma ameaça, e que não há como competir, mas também não é motivo para se render. A questão é encontrar novos caminhos.
Neves nomeia estes caminhos como oportunidades e desafios. "O Brasil pode perder algumas empresas, mas vai ganhar outras" afirma.
Para que essa transição econômica ocorra de forma saudável, Barros de Castro defende que haja uma estratégia de reposicionamento, com apoio de empresas privadas e universidades ao mercado.
Realidade Chinesa
Com vasto conhecimento do país asiático, os palestrantes também quebraram alguns mitos, como, por exemplo, o de que o salário é muito mais baixo que o brasileiro. De acordo com os palestrantes, ele é, em média, um pouco menor que o brasileiro, mas o custo de vida também é mais baixo e como consequência há um maior poder de compra. Apesar disso, o interior da China tem salários menores que a costa.
Outro mito desfeito é de que os chineses querem crescer desenfreadamente. Barros afirma que essa taxa de crescimento da China não era planejada, esperada e nem desejada. "Os chineses não sabem crescer menos."
Desafios
Antes de olhar as potencialidades e problemas da China, porém, sugere-se a observação do cenário brasileiro. Para se montar uma empresa na China, por exemplo, a demora é de15 dias. E para fechar a empresa, a espera é de aproximadamente uma semana. "Aqui no Brasil a situação é um pouco diferente" diz Neves.
Barros de Castro afirma que o chinês negocia com grandes objetivos, enquanto o brasileiro negocia com prazos, e "Isso deve ser mudado". Um dos maiores filões seria fazer uma política de tecnologia de prioridades nacionais, finaliza o ex-presidente do BNDES.
Com estas análises da tecnologia, burocracia e planejamento brasileiro, a dica para lidar com o dragão Chinês que fica do painel é "começar fazendo o dever de casa, conhecendo melhor nossos próprios problemas para buscar entender a multiplicidade da maior potência emergente do planeta".
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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