O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai dobrar o volume de recursos para investimento em empresas que ofereçam soluções para melhorar as condições de vida das classes C, D e E na América Latina e no Caribe. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (27) durante o 1º Fórum para o Desenvolvimento da Base da Pirâmide, que termina na terça-feira (28) na capital paulista.
"Cerca de 360 milhões de pessoas na região, ou 70% da população, são insuficientemente atendidas e pagam muito caro por serviços como saúde, educação e moradia", disse o colombiano Luis Alberto Moreno, presidente do BID.
Os investimentos serão feitos por meio da iniciativa Oportunidades para a Maioria (OMJ, na sigla em inglês), criada há três anos. Desde 2008, a OMJ já investiu US$ 160 milhões no apoio de 24 projetos voltados às pessoas que integram a base da pirâmide social na América Latina e no Caribe, em setores como educação, saúde e moradia. O objetivo é que, até 2015, mais de 2,2 milhões de pessoas na região sejam beneficiadas com esses projetos.
"Essas populações tem sido negligenciadas, sobretudo do ponto de vista do setor privado organizado. São elas que pagam uma multa de pobreza: por serem pobres, acabam pagando mais por produtos e serviços em função da logística e do volume dos produtos. O que estamos querendo é nos associar com empresas privadas que querem pensar em novos modelos de negócios que possam, finalmente, servir a esse segmento da sociedade", afirmou Luiz Ros, gerente da OMJ.
Investimentos
Os investimentos, segundo o BID, devem chegar a US$ 100 milhões por ano. Mas não há limite. "À medida que existam projetos que se caracterizem para servir a esses setores de baixa renda, teríamos recursos para financiar essas operações, independentemente do montante", disse Ros.
O financiamento é feito diretamente com o BID, sem intermediários. Segundo Ros, as taxas oferecidas serão compatíveis com as de mercado, mas os prazos poderão ser maiores. O volume máximo que será aportado em cada operação é US$ 10 milhões.
O primeiro projeto brasileiro desse tipo foi aprovado no ano passado. O distribuidor atacadista Tenda recebeu um empréstimo de US$ 10 milhões do BID para ampliar o programa de crédito a microempresários de baixa renda no setor de serviços alimentícios de São Paulo, como pipoqueiros, vendedores de cachorro-quente e confeiteiros, entre outros.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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