Somente no primeiro trimestre de 2011, a construção civil gerou mais 86,2 mil novos empregos com carteira assinada, acumulando um total de 2,916 milhões de trabalhadores em todo país. Esses números, aliados ao aumento do crédito, provam que o setor está aquecido. Na onda desse desempenho positivo, o mercado de decoração também lucra com o bom momento.
Conhecedor do assunto, o empresário e ex-presidente do Núcleo Catarinense de Decoração, Marcelo Martinez, acredita que o crescimento do setor de design de interiores é uma soma de alguns fatores, como o aumento da procura de clientes das classes B e C por profissionais de arquitetura, aliado a expansão da venda de imóveis.
"Nos últimos 12 meses, o balanço do Núcleo fechou em R$ 85 milhões. Esse resultado foi 27% superior ao do último ano. Esse saldo positivo aconteceu em um momento onde o Governo tentou frear o aumento do consumo. Na arquitetura, percebemos o efeito inverso. As pessoas estão ávidas por consumir produtos de decoração para casa", afirma Martinez, que calcula um crescimento de 20% até junho de 2012.
A pedagoga Rosane Peixoto contratou pela primeira vez um arquiteto para decorar o apartamento em que vive com a filha. "Na minha casa antiga, eu tinha decorado algumas coisas sozinha. Desta vez, optei por chamar um profissional para cuidar de todos os cômodos. Gastei 15% do valor do apartamento em decoração. Parece que é caro contratar um arquiteto, mas no final você percebe que economizou porque não comprou nenhuma bobagem", opina Peixoto.
Mercado sustentável
Segundo o supervisor de desenvolvimento de produto da Formaplas, Fábio Glatz, os profissionais do setor são os principais responsáveis pela exigência de produtos ecologicamente corretos, porém os consumidores também estão cada vez mais atentos a essa necessidade. "Trabalhamos com madeira reflorestada na composição do compensado", explica.
Glatz comenta ainda que mesmo na linha de móveis populares, os clientes estão preferindo cada vez menos os kits prontos."Projetos sob medida estão mais acessíveis", afirma.
Mercado
O coordenador do curso técnico de Design de Interiores do Cesusc, Pery Segala, acredita que o profissional da área deve estar consciente de seu papel na sociedade relacionado com os aspectos social (sustentabilidade), cultural, tecnológico, estético e preparado para atuar em equipes multidisciplinares. Segundo ele, o profissional da área precisa estar constantemente atualizado com as tecnologias e materiais aplicados.
A designer da Hadra, Larissa Diegoli, acredita que o principal desafio para o setor é a implementação do design estratégico nas empresas. "Já foi o tempo onde a preocupação era apenas estética na hora de fazer móveis. Toda estrutura tem que estar trabalhado junto com o design, desde a pesquisa de mercado até a parte financeira, para caber no bolso dos clientes."
"O interessante é que o mercado está passando por algumas modificações porque os consumidores estão com maior acesso às informações", explica Diegoli.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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