Activa - Contabilidade e Condom?nios

Quem mora na Grande São Paulo já se acostumou a ver antenas enormes no alto dos prédios. Geralmente elas emitem sinais de celular, mas também podem ser usadas por emissoras de rádios e TVs. O aluguel desse espaço nas alturas rende um bom dinheiro para os condomínios. É um caixa extra, que alivia o bolso dos moradores. Contudo, nem todo mundo quer ter uma antena tão perto assim.

Em um prédio no bairro Santa Cecília, na região central de São Paulo, o teto da casa das máquinas é disputado. Duas empresas de telecomunicações pagam aluguel para deixar as antenas funcionando. O primeiro contrato de locação foi fechado há 12 anos.

O dinheiro obtido com o aluguel do espaço foi usado para reformar o piso do jardim, da quadra e da área de lazer. Os moradores não precisaram desembolsar nenhum centavo para pagar os R$ 300 mil da obra. A reforma foi bancada apenas com o dinheiro do aluguel do topo do edifício. Hoje, o condomínio recebe quase R$ 10 mil por mês de aluguel. A troca do maquinário dos elevadores também foi paga com esse dinheiro. O objetivo agora é reformar as cabines.

O primeiro passo para instalar antenas de celulares e de rádio e TV em prédios é que o aluguel seja aprovado em assembleia geral extraodinária do condomínio. Em seguida é preciso fazer um laudo técnico que ateste que a laje tem capacidade para sustentar o equipamento que pode pesar até duas toneladas, e também outro laudo garantindo que o nível de radiação emitido não vai interferir em equipamentos de hospitais da região. Os documentos devem ser enviados para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e para a Prefeitura.

Os moradores do condomínio acharam ótimo o dinheiro extra em caixa, mas em vários prédios a antena não é bem-vinda. A física Emico Okuno conta que as pessoas têm medo de que as ondas eletromagnéticas possam causar problemas de saúde. “Não há nada conclusivo e não é preciso ficar neurótico porque a intensidade em geral não é muito alta.”