O Banco Central Europeu (BCE) informou neste domingo (7) que iria "implementar ativamente" um programa de compra de títulos de países da zona do euro para evitar que a segunda-feira (8) fosse mais um dia turbulento no mercado financeiro. Sem citar os países, o comunicado foi direcionado à Espanha e à Itália.
As aquisições do BCE podem ajudar Roma e Madri a conter a especulação, além de baixar o custo da dívida italiana e espanhola, até que medidas adicionais para conter a crise sejam aprovadas na União Europeia.
No momento da divulgação do comunicado do BCE a Bolsa de Israel operava a -7% e a do Egito a -4%, uma mostra do que pode vir pela semana. Representantes do G7 (grupo que reúne os países mais industrializados e desenvolvidos do mundo) também discutiram no domingo, em teleconferência, medidas para conter o avanço da crise.
As duas reuniões extraordinárias mostram o nível de preocupação das autoridades com a volatilidade das bolsas e a ameaça à recuperação da economia, ainda combalida pela crise de 2008.
Na última semana, o custo da dívida dos dois países aumentou, o que pode piorar ainda mais a situação de endividamento. As autoridades europeias tentam evitar a necessidade de mais um resgate financeiro, depois dos pacotes para a Irlanda, Portugal e os dois resgates da Grécia.
Itália
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler Angela Merkel, da Alemanha, divulgaram comunicado expressando apoio às medidas da União Europeia para a contenção da crise. Os dois países são as maiores economias da zona do euro. Na semana passada, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anunciou a antecipação do ajuste orçamentário do país, com medidas que preveem o equilíbrio das contas já em 2013, um ano antes do esperado.
A dívida da Itália equivale a 120% do seu Produto Interno Bruto (PIB), percentual menor apenas que o da Grécia. O crescimento italiano é também um dos mais vagarosos do continente. Também na semana passada, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que as autoridades monetárias do bloco estão fracassando na tarefa de evitar que a crise da dívida se espalhe.
Estados Unidos
No sábado (6) o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, admitiu que o país deve "melhorar" seu desempenho no combate à crise financeira e econômica e pediu união aos dois maiores partidos do país. Referindo-se às negociações para o aumento do teto de dívida, aprovado às pressas nesta última semana no Congresso americano, Carney ressaltou que o acordo demorou muito para ser fechado e causou divisão na classe política do país.
O acordo prevê um corte de gastos da ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões) e uma elevação no teto da dívida na mesma proporção. O temor de que os Estados Unidos poderiam estar caminhando para uma longa recessão, além do medo de contágio da crise da dívida soberana da zona do euro, que pode chegar à Espanha e à Itália, causaram turbulência nas bolsas internacionais, que registraram na última semana as maiores quedas desde o estouro da crise financeira, em 2008.
A China, o maior detentor mundial de títulos americanos, criticou o país por seu "vício de dívida". Em um texto opinativo, a agência de notícias estatal Xinhua afirma que a China "tem todo o direito agora de exigir que os Estados Unidos lidem com o seu problema estrutural de dívida e garantam a segurança dos ativos em dólar da China".
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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