O Banco Mundial divulgou na noite desta segunda-feira (15) um relatório que mostra que os preços dos alimentos no mercado internacional estão próximos ao patamar recorde atingido em 2008, antes da crise financeira internacional. O levantamento alerta para os riscos que os valores e a volatilidade das commodities acarretam, especialmente para as populações pobres de países em desenvolvimento.
O banco informa que os preços em julho estavam, em média, 33% acima dos registrados no mesmo mês do ano passado. No caso do milho, o aumento foi de 84%; do açúcar, de 62%; do trigo, de 55%; e o do óleo de soja, de 47%. Além disso, a cotação do petróleo avançou 45% no período, pressionando os custos de produção e, em especial, o valor dos fertilizantes, que cresceu 67% na mesma comparação. A agricultura utiliza insumos advindos da indústria petrolífera.
O relatório reconhece que de abril a julho houve um recuo de 5% em média nos preços das commodities, após um pico ter sido atingido em fevereiro, mas as cotações permaneceram voláteis no período. Como exemplos, o banco cita o milho e o trigo, que perderam valor em junho para ganhar novamente em julho; e o arroz, que ficou mais barato de fevereiro a maio, mas depois voltou a encarecer.
Zona de perigo
"Preços persistentemente em alta e estoques de alimentos em baixa mostram que nós ainda estamos na zona de perigo, com as pessoas mais vulneráveis sendo as menos capazes de resistir", disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, de acordo com comunicado da instituição.
O banco usa como exemplo o drama do Chifre da África, onde a população sofre com a fome. Embora a situação na região tenha sido precipitada por um longo período de seca, e agravada ainda mais pela guerra civil, no caso da Somália, a instituição diz que a carestia contribuiu para o quadro atual, com a morte de 29 mil crianças somalis menores de cinco anos nos últimos três meses e mais 600 mil em risco.
O levantamento informa que o preço do milho avançou mais de 100% nos 12 meses encerrados em junho em Mogadíscio, capital da Somália, Kampala (Uganda) e Kigali (Ruanda), ao passo que o valor da mesma mercadoria caiu 19% em Porto Príncipe, no Haiti, e na Cidade do México.
Nesse cenário, o relatório recomenda atenção enquanto os estoques mundiais continuarem baixos e os preços voláteis. No caso do petróleo, o texto ressalta que as incertezas sobre o comportamento da economia mundial e os levantes no mundo árabe vão manter a volatilidade das cotações no futuro próximo.
O banco informa ainda que os chefes de estado do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, devem se debruçar sobre o tema em reunião marcada para novembro.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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