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O desempenho da economia da região Sul estará condicionado, nos próximos meses, pela moderação da atividade do setor industrial e pelo impacto, sobre a parcela da demanda interna sustentada por operações de crédito, exercido pelas ações de política monetária adotadas recentemente. Em oposição, o dinamismo da demanda interna continuará favorecido pela solidez do mercado de trabalho, pelo aumento da renda agrícola e pelo arrefecimento das pressões inflacionárias. É o que relata o Banco Central em seu Boletim Regional de Atividade Econômica.

O cenário de moderação da atividade registrado pela economia da Região Sul nos últimos meses, mesmo em ambiente de recuperação das vendas do comércio e das exportações de produtos primários, e de solidez do mercado de trabalho, refletiu, fundamentalmente, o declínio da produção da indústria.

Nesse contexto, o Índice de Atividade Econômica Regional - Sul IBCR-S recuou 0,1% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando havia aumentado 1,5%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.

Comércio

A análise em doze meses revela que o indicador cresceu 5,6% em maio, comparativamente a igual intervalo de 2010, ante 7,7% em fevereiro. As vendas do comércio varejista aumentaram 0,9% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, quando se expandiram 0,3%, neste tipo de comparação, ressaltando-se as elevações respectivas de 3,3% e 2,1% nos segmentos móveis e eletrodomésticos. Em oposição, as vendas de combustíveis decresceram 5,8% e as relativas a equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, 4,3%.

Considerados períodos de doze meses, o comércio varejista expandiu-se 7,5% em maio, em relação ao período correspondente do ano anterior.

Indústria

A produção industrial da região recuou 1,1% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro, de acordo com dados da PIM-PF Regional do IBGE. Das dezenove atividades consideradas pela pesquisa, oito assinalaram resultados negativos, com ênfase nos relativos aos segmentos têxtil, 10,5%; vestuário e acessórios, 9,1%; e mobiliário, 6,6%. A análise em doze meses revela que a indústria da região cresceu 4,6% em maio, ante 6,5% em fevereiro, em relação a períodos correspondentes de 2010.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da CNI, atingiu 54,2 pontos em maio, enquanto o indicador nacional totalizou 57,5 pontos. Em igual mês de 2010, o ICEI regional situara-se em 64,4 pontos. O nível de utilização da capacidade da indústria do Sul, manteve-se estável no trimestre finalizado em maio, em relação ao terminado em fevereiro, atingindo 78%.

Crédito

O saldo das operações de crédito superiores a R$ 5 mil realizadas na Região Sul atingiu R$292,4 bilhões em maio, crescendo 4,1% no trimestre e 21,9% em doze meses. Já a taxa de inadimplência das operações de crédito da Região atingiu 2,5% em maio, mesmo percentual de fevereiro, totalizando 3,1% no segmento de pessoas físicas e 2,1% no relativo a pessoas jurídicas.

Agropecuária

Na agropecuária, a safra de grãos da região Sul para 2011 está estimada em 68 milhões de toneladas, de acordo com o IBGE. Essa projeção, 6% superior ao resultado de 2010, deverá responder por 42,5% da produção nacional e reflete, em grande parte, as perspectivas de aumentos nas colheitas de arroz e soja. Em sentido inverso, ressaltem-se as estimativas de reduções para as safras de trigo e milho.

De acordo com o Mapa, os abates de bovinos, suínos e aves, realizados em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF, registraram variações respectivas de -4,2%, 7,3% e 8% nos primeiros cinco meses de 2011, em relação a igual período de 2010, enquanto seus preços, refletindo o dinamismo da demanda interna, se elevaram, na ordem, 27,7%, 10,4% e 17,6%.

As exportações de carne bovina, suína e de aves registraram, conforme estatísticas do MDIC, variações respectivas de -14,5%, -2,4% e 4,4%, no período. O saldo da balança comercial da região Sul registrou déficit de US$1,1 bilhão no primeiro semestre de 2011, ante US$132 milhões em igual período do ano anterior, de acordo com estatísticas do MDIC.

As exportações, refletindo variações de 6,8% no quantum e de 18,7% nos preços, aumentaram 27,1%, para US$21,8 bilhões, enquanto a expansão de 32,4% das importações, que somaram US$22,9 bilhões, decorreu de elevações de 11,5% na quantidade e de 18,4% nos preços.