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Depois de cinco meses de expansão, agosto foi marcado por uma importante queda no nível de endividamento dos consumidores do Estado. De acordo com levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio) e da Confederação Nacional do Comércio (CNC) o endividamento das famílias catarinenses passou de 93% em julho para 90% em agosto.

Neste cenário, destacam-se as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, revelando-se mais endividadas (94%) do que as famílias que ganham menos de 10 salários (90%). De acordo com a Fecomércio a origem da queda no endividamento está na perda de fôlego das vendas no comércio catarinense, que acompanham o movimento do comércio nacional.

O vilão

O cartão de crédito continua sendo a principal forma de endividamento (41,3%), seguido pelos financiamentos de carros (23%), carnês (14%) e financiamentos de casas (10,2%).

Com relação ao nível de endividamento, a maioria das famílias, 51,7%, considera-se muito endividada, seguidas pelas que estão mais ou menos endividadas (30,2%). Nota-se uma piora mensal das condições das dívidas dos catarinenses, já que no mês de julho os muito endividados eram 50,8%.

Na análise da parcela da renda comprometida com as dívidas, dado de fundamental importância para a análise da qualidade do endividamento, o levantamento aponta que as pessoas passaram a comprometer uma parcela maior de sua renda com as dívidas. Em julho, a média de comprometimento da renda com dívidas era de 25,5%, e em agosto passou para 27,4%. O nível de famílias com contas em atraso em agosto manteve-se inalterado em relação a julho, no patamar de 25%.

Contas

Entre as famílias com contas em atraso, 36,8% terão condições de pagar totalmente seus compromissos atrasados, sendo que o mesmo percentual (36,8%) afirmou que não terá condições de pagar e 25,6% terão condições de pagar apenas uma parte das dívidas. Esse resultado também é pior que o de julho, onde 31,8% das famílias catarinenses afirmaram que não teriam condições de pagar as contas atrasadas.

A parcela de famílias que afirmaram não ter condições de pagar as dívidas em agosto ficou em 9%, 1% maior do que os 8% de julho. O resultado expressa pequena piora na qualidade do endividamento mostrada anteriormente.

Na avaliação da Fecomércio os dados demonstram que o encarecimento do crédito parece ter, depois de um longo período, impactado no endividamento, retraindo-o. Entretanto, é cedo para tirar conclusões de que esta redução se consolidará como tendência. Foram entrevistados 500 consumidores em potencial com idade superior a 18 anos.