O governo argentino anunciou nesta quarta-feira (2) a redução dos subsídios aos serviços públicos, que permitirão uma economia de cerca de 600 milhões de pesos (R$ 250 milhões). O anúncio foi feito menos de duas semanas após a reeleição da presidente Cristina Kirchner e do seu vice, Amado Boudou, ministro da Economia. Economistas do setor privado já vinham avisando que o governo não poderia continuar financiando subsídios à eletricidade, ao gás e ao transporte, que beneficiavam tanto os pobres quanto os ricos.
Roberto Lavagna, o ex-ministro da Economia no governo Néstor Kirchner, disse que "desde 2005, os gastos em subsídios aumentaram 20 vezes, passando de 3,5 bilhões de pesos (R$ 1,4 bilhão) para quase 65 bilhões de pesos (R$ 27 bilhões)". Lavagna defendeu que "as classes alta e média não precisam ter suas contas de luz e gás subsidiadas e que o governo tampouco pode se dar ao luxo de gastar esse dinheiro. Em 2005, o governo tinha um superávit fiscal de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e hoje suas contas estão deficitárias", acrescentou.
Tarifas
Segundo o ministro do Planejamento, Julio de Vido, o governo eliminará a totalidade dos subsídios ao consumo de eletricidade e gás, dos bancos, das instituições financeiras e das empresas de seguros, de celular, de mineração e de petróleo, assim como dos cassinos, aeroportos internacionais e portos. Ele garantiu que as tarifas não irão aumentar - a diferença é que deixarão de receber ajuda do estado para pagá-las. O dinheiro economizado, disse De Vido em entrevista, será investido em obras de infraestrutura.
Nos primeiros nove meses deste ano, o governo gastou 31 milhões de pesos (R$ 13 bilhões) para manter baixas as tarifas de luz e gás. Essa soma é três vezes maior que os gastos com o plano de ajuda social, que o governo dá a cada filho de famílias carentes. No mesmo período, o governo gastou 14,4 bilhões de pesos (R$ 5,9 bilhões) em subsídios ao transporte publico, reduzindo o valor da passagem quase pela metade.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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