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"O comércio varejista cresceu em 2010 como há muito não se via". A afirmação do presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas de Santa Catarina, Sérgio Medeiros, dá o tom do cenário positivo encontrado pelos comerciantes no ano passado. Para comprovar o otimismo de Medeiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta terça-feira (15) o balanço das vendas de 2010.

E os dados são animadores: enquanto o varejo nacional encerrou o ano com uma expansão de 10,9%, em Santa Catarina o crescimento foi um pouco menor, de 8,2%. Apesar de figurar apenas à frente do Piauí no ranking de expansão do comércio, Medeiros considera o resultado como positivo.

"Ficamos próximos de um crescimento na casa dos dois dígitos. A expansão do crédito, aliada a outros fatores, fizeram com que se chegasse a esse resultado", conta Medeiros. Em relação à diferença negativa na comparação com a média nacional, Medeiros também não vê problemas.

"O mercado do Sul do País já está um pouco mais maduro. No Norte e Nordeste, principalmente, está se construindo um novo mercado consumidor, com mais pessoas chegando à classe média. É natural que o crescimento lá seja um pouco superior ao registrado aqui", afirma.

Previsões

Embora dezembro tenha registrado aumento de 9,3% nas vendas em relação ao mesmo mês de 2009 no Estado, houve estabilidade na comparação com novembro. Segundo o IBGE, este pode ser o indício de uma desaceleração no crescimento, já que a comparação mensal vinha de sete aumentos consecutivos.

Para Medeiros, o resultado é uma mostra de que 2011 não registrará a mesma taxa de expansão do varejo que no ano passado. "As medidas de restrição ao crédito, aliadas ao corte nos investimentos, terão um impacto no círculo de crescimento. Os comerciantes já esperam por um ano não tão bom quanto o anterior", conta.

Setores

Segundo os dados do IBGE, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi responsável por 39% da expansão anual do varejo. Em segundo lugar apareceu o setor de móveis e eletrodomésticos, com 27%. Em seguida, veio os artigos para uso pessoal e doméstico, com contribuição de 7,4%.