Uma parceria, baseada em lei municipal e na cidadania, dará um reforço importante à coleta seletiva de Sorocaba. A estimativa é de que pelo menos 400 toneladas a mais sejam destinados à reciclagem todo mês, a partir da adesão dos condomínios residenciais e industriais.
Desde dezembro, uma lei municipal obriga que as unidades residenciais e industriais separem o lixo. Com a pouca divulgação na época, a lei deve ser praticada a partir de agora, começando com o envio de carta aos síndicos ou responsáveis pelos condomínios.
O impacto da parceria pode dobrar o volume da reciclagem: hoje as quatro cooperativas de recicláveis da cidade já chegam a coletar 400 toneladas por mês. Mas a conta ainda está defasada, já que Sorocaba produz 500 toneladas de resíduo residencial diariamente.
A lei atinge 480 condomínios, diz o secretário de Parcerias, Carlos Laino, onde residem cerca de 50 mil pessoas.
O maior deles, onde residem cerca de 6.500 pessoas, é o Ibiti do Paço. Inaugurado há 17 anos, há pelo menos oito já possui coleta seletiva. Independente da lei municipal, o condomínio dá o bom exemplo e chega a recolher 10 toneladas de recicláveis por mês, destinados à Coreso (Cooperativa de Recicláveis de Sorocaba). O administrador do Ibiti, Leandro Gozzi, aponta que 70% dos moradores são ativos na separação dos materiais, retirados às terças e quintas-feiras. “Aprendemos com a cooperativa um modo simples de saber o que pode ser reciclado. O lixo molhado é orgânico. Já o seco, é reciclável”, ensina.
O bom exemplo de Dorotéia que começa dentro de casa
Há oito anos, a educadora aposentada Maria Dorotéia Senger César, 60, mora no condomínio Ibiti do Paço. Desde os tempos de diretora de escola pública ela é entusiasta da coleta seletiva, lição que sempre praticou dentro de casa e ensinou aos filhos. “Fazia isso com os alunos da escola e depois com minha família. Quando me mudei para cá, fiquei feliz por saber que isso já estava implantado aqui”, afirma Dorotéia.
Todo dia há algum material para ser destinado à reciclagem. Na maioria das vezes, papel e plástico são os itens mais comuns que ficam acondicionados em sacos plásticos na porta de casa, à disposição do catador.
A moradora lembra ainda que também reserva o óleo usado de cozinha. “Minha empregada leva para fazer sabão”, revela. “O ser humano está colhendo tudo o que plantou. É preciso cuidar mais do meio ambiente”, resume.
Vantagem é para todo mundo
Para os moradores, trabalho é de apenas separar o lixo seco do molhado; para catadores, possibilidade de mais rendimentos
Além de iniciar a conversação com os condomínios, que precisam se enquadra na nova lei, a Secretaria de Parcerias vai oferecer orientação e suporte para a instalação do sistema de coleta seletiva.
“Queremos esta parceria, que será muito importante para incentivar nossas cooperativas. Ao mesmo tempo vamos oferecer esta facilidade para os condomínios”, afirma Laino.
O secretário lembra que os prédios residenciais, por exemplo, nem sempre possuem espaço físico adequado para deixar o material separado corretamente. Para facilitar o recolhimento e organização, a prefeitura oferece as 'big bags', que são sacos para a deposição dos materiais. O único trabalho do morador é separar o lixo orgânico do reciclável: cabe às cooperativas a logística do recolhimento deste material. “A partir das cartas, aguardamos o retorno dos condomínios. Esta adesão precisa ser espontânea”, explica, lembrando que os condomínios podem fazer a separação e não optarem por destinar o material às cooperativas locais.
Para o presidente da Coreso, José Augusto Moraes, a adesão dos condomínios ajuda a fortalecer a renda dos catadores. Uma facilidade para os trabalhadores é que, diferente do que acontece nos bairros, há nos condomínios uma agenda fixa para a retirada dos recicláveis. Plástico e metal são os produtos mais valorizados.
Quatro cooperativas
A Prefeitura de Sorocaba mantém termos de parcerias com quatro cooperativas de reciclagem: Coreso, Reviver, Catares e Ecoeso. Elas recebem apoio e infraestrutura, como equipamentos e caminhões, por exemplo. O óleo de cozinha também faz parte da coleta e é usado na fabricação de sabão.
500
reais, em média, é o salário de um catador da Coreso.
Lei municipal
A Lei Municipal nº 9.423, do vereador José Francisco Martinez, dispõe sobre a obrigatoriedade dos condomínios residenciais, comerciais e industriais, realizarem a separação do lixo e detritos por eles produzidos. O descumprimento prevê aplicação de multa.
Autor: Rede Bom Dia
Fonte: Licita Mais Condomínios
Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.