Activa - Contabilidade e Condom?nios

A empresária e vice-presidente de Aperfeiçoamento Empresarial da Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL SC) Fátima Granemann acompanhou a delegação de lojistas catarinenses no maior evento de varejo do mundo, o Big Show NRF 2012, promovido pela entidade varejista norte-americana National Retail Federation, em Nova Iorque, em janeiro. Em entrevista, ela conta sobre a visita e as lições trazidas que serão compartilhadas com os associados da entidade.

Quais as constatações mais importantes da Convenção e da Feira?

Fátima Granemann - O gigantismo do mercado varejista norte-americano e sua influência para o resto do mundo é algo que impressiona. Foram seis mil participantes na Convenção e outros 23 mil na Feira, entre os quais representantes de 75 países.

A economia dos Estados Unidos está alicerçada no consumo e o varejo gera um emprego a cada quatro daquele País. Só em Nova Iorque existem 250 mil pontos de venda. O que significa que há muito a aprender nas palestras e na Feira, mas também nas ruas, nas lojas, outlets, shoppings etc.

Outro aspecto essencial que verifiquei foi o crescimento da sustentabilidade no varejo, de como o setor deve investir em iniciativas para reduzir, reaproveitar ou reciclar resíduos, medidas para diminuir o consumo de energia, entre outras.

Quais são os maiores desafios do comércio lojista catarinense?

Fátima Granemann - Relacionar-se com os consumidores da geração Y, aquela nascida após os anos 1980, é um dos grandes desafios. Incorre em saber utilizar as redes sociais, em associar experiências às marcas, em diversificar os canais de venda e entender os estilos de vida. Essa geração mudará a cara do varejo, significativamente.

Como o Brasil foi analisado pelos conferencistas?

Fátima Granemann - Um dos palestrantes mais importantes, que reuniu quase todos os convencionais no mesmo auditório, foi o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, que se deteve por quase 10 minutos a falar do Brasil, de maneira promissora e elogiosa.

Reconheceu que somos um País com potencial, estável politicamente e com a economia ajustada. Mencionou nossos problemas ambientais, em especial na Amazônia, porém disse que o diálogo entre empresários, ambientalistas e governo ocorre de forma respeitosa.

Outros palestrantes tiveram leitura semelhante, fomos citados como a ‘bola da vez', quando comparados, inclusive com outras nações emergentes - China, Índia e Rússia. Os brasileiros eram a maior delegação de estrangeiros, com 1.500 participantes.

Alguma novidade para o setor varejista? Quais as perspectivas que a Feira trouxe?

Fátima Granemann - O futuro do comércio estará diretamente ligado à tecnologia e quem sair na frente terá larga vantagem. Algumas soluções são acessíveis aos pequenos, basta ter criatividade e disposição. O importante é ter a consciência de que precisamos nos reinventar sempre.

Assisti à apresentação da empresa canadense Hudson Bay, com mais de três séculos de existência e disposta a surpreender seus clientes, sem abrir mão da tradição. A Ralph Lauren também convive com essa questão: ser moderna sem deixar de ser clássica.

Você poderia citar o que foi mais marcante durante toda o Big Show NRF 2012?

Fátima Granemann - No final de seu pronunciamento, o ex-presidente Bill Clinton relatou que ouviu de sua mãe uma frase a qual se apegou: "nunca desista". Acho que é uma lição definitiva.