Não há dúvidas que a infiltração é capaz de grandes estragos dentro dos condomínios, por isso, só de imaginar, a maioria dos síndicos já começa a sentir dores de cabeça. O problema, visível ou não, em geral ocorre devido à má impermeabilização. Os danos causados vão desde corrosão, rachaduras e tantos outros que desvalorizam o patrimônio, até aqueles que comprometem a estrutura da obra. O ideal é contratar um especialista, tanto para um tratamento preventivo, quanto corretivo. (Vide Quadro 1).
Para auxiliar os condomínios a reduzir e solucionar problemas de umidade foram criados, por empresas fabricantes de impermeabilizantes, dois programas gratuitos e de utilidade pública. O PIC - Programa de Impermeabilização para Condomínios - da Viapol e o Lwart Umidade Zero – da Lwart. Seus técnicos fazem vistorias nos edifícios, explicam os problemas apresentados, o que precisa ser feito para saná-los e indicam empresas idôneas credenciadas.
“Em São Paulo, 80% dos condomínios apresentam problemas de infiltração devido à má impermeabilização, mas a maioria desconhece a origem do problema”, comenta Cristiane Gottsfritz, supervisora do PIC. “40% dos problemas mais freqüentes decorrem de erros no projeto das edificações; as falhas de mão-de-obra respondem por 20%, o uso de produtos inadequados representa 25% e os 15% restantes ficam por conta de danos causados depois da conclusão do trabalho de impermeabilização, pela não observação de orientações técnicas”, explica.
“Se o problema já existe é necessário que se conheça sua origem”, afirma Christina Zacchello, engenheira coordenadora do programa Lwart Umidade Zero. “Elas podem ser várias: Prazo de validade da impermeabilização, que é de 15 a 20 anos, vencido; Jardins com plantas inadequadas; Manutenção ineficiente e agressões - principalmente por serviços executados por profissionais não especializados – como perfurações nas lajes e pisos impermeabilizados para a instalação de antenas, playgrounds, que furam a manta asfáltica, etc.”, esclarece Zacchello.
Gottsfritz observa: “Os principais problemas são identificados em lajes de cobertura, piscinas, jardins, áreas de circulação e reservatórios, sendo que para saná-los é necessário remover a impermeabilização existente e aplicar novo sistema impermeabilizante”. “Os materiais indicados normalmente são mantas asfálticas para lajes de circulação e cimentícios nos reservatórios, conclui”.
Cuidados ao contratar
“É importante que o síndico contrate uma empresa, comprovadamente, especializada em impermeabilização, que tenha o registro do CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e seja sócia do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização)”, adverte Lourenço Alberto Granato, diretor da Casa Seca - impermeabilizações, credenciada ao PIC desde o início do programa.
“Isso é necessário, para que se faça uma escolha adequada tanto do material como da empresa aplicadora do produto, porque muitos profissionais do ramo não conhecem o assunto o suficiente, o que ajuda a aumentar o problema”, ressalta Granato. “Para a eficácia da aplicação dos produtos, é preciso uma avaliação prévia das condições do local, para saber qual solução e produto empregar”, acrescenta Christina Zacchello.
Custo de impermeabilização
“O custo da impermeabilização varia entre 1% e 3% do orçamento total de uma obra, enquanto os gastos decorrentes da má impermeabilização superam em até 10% as despesas da construção", comenta Gottsfritz. “Uma pesquisa de preço também é recomendável, pois os custos superam, e muito, o original porque, além da impermeabilização, perdem-se também outros itens complementares como: argamassa, pisos cerâmicos, granito e pedras naturais, terra e plantas” esclarece Granato.
É cruel e oneroso quando a umidade corrói as estruturas e afeta a saúde da edificação. Paredes derrubadas, pisos quebrados, encanamentos corroídos; tudo pode ser evitado se tanto o síndico como os proprietários de apartamentos ficarem atentos e sanarem as infiltrações antes que venham causar danos irreparáveis.