A população é responsável por grande parte do lixo produzido diariamente no município, porém, quando se fala em responsabilidade é difícil encontrar um cidadão que separe o reciclável do orgânico dentro da própria casa, ou mesmo na empresa em que trabalha.
A fim de mudar um pouco essa realidade, moradores no edifício Veneza iniciaram, eles mesmos, um projeto para garantir o reaproveitamento dos materiais descartados. Com a ajuda de funcionários que vestiram a camisa da sustentabilidade, o projeto iniciado em julho de 2010 deu certo. Hoje, os moradores falam da separação como apenas mais uma atividade que foi integrada ao dia-a-dia, e que não exige esforço.
A professora Maria Helena Pio Botura, 66 anos, junto com Leda Merigue Ramos, ambas moradoras no condomínio, resolveram colocar a ideia em prática depois de ler uma matéria sobre o tempo de decomposição dos materiais na natureza, em um jornal institucional da Usina Cerradinho.
“Começamos colocando um convite no elevador, para funcionários e moradores comparecerem em uma reunião em que iríamos falar sobre sustentabilidade. Metade compareceu e logo depois as pessoas já aderiram”, conta Maria Helena.
Segundo ela, os moradores que não puderam estar presentes foram orientados depois, com a ajuda da faxineira do condomínio. “Ela vestiu a camisa e muito do sucesso do projeto é graças a ela. Quando há troca de empregada, ela que faz o treinamento. Isso porque é ela quem recolhe os recicláveis de todos os andares e separa por material”, diz.
Maria Helena conta que plástico, vidro, alumínio e papel são entregues para a Prefeitura, que manda o caminhão buscar sempre quando necessário. “O óleo é recolhido por uma pessoa que fabrica sabão e as lâmpadas fluorescentes, eu levo em um local da Prefeitura. É sempre assim, esperamos juntar uma quantidade significativa e depois damos um destino”, fala.
Para ela, não se trata apenas de uma ação pontual, mas de um propósito pessoal. “A sustentabilidade para mim é equilíbrio pessoal, na família, em casa, na cidade, da água, do ar. O que não se sustenta não se equilibra. Começa dentro da gente, não é de fora para dentro.”, diz.
Ela explica que a reciclagem é dar uma nova utilidade às coisas. “A ideia é seguir o que a natureza faz. A natureza não deixa resto, nós é que deixamos. Mas não é só entregar o lixo no local onde é feita a reciclagem. Ir até o final do fluxo é muito importante. Precisamos cuidar do nosso planeta. Ainda há tempo de salvá-lo”, fala.
Papéis
Os papéis devem estar livres de gorduras, graxas ou restos de comida
Vidro
Lave as garrafas com água antes de entregá-las para a reciclagem
Plástico
As embalagens sujas ou com resíduos não podem ser recicladas
Metal
As latas devem ser entregues limpas e sem resíduos
Pilhas
As pilhas devem ser entregues nos pontos de coleta específicos para esses produtos
Medicamentos
Remédios vencidos, agulhas e seringas devem ser armazenados em potes fechados e entregues num ambulatório
Entulho
É recolhido por prestadores de serviço, que por sua vez levam para o aterro de inertes, local específico para esses materiais
Óleo de fritura
Separe em garrafas pet e depois entregue em um dos pontos de coleta
Mobilização ajuda a disseminar ideia
Projetos de coleta seletiva só funcionam na medida em que os próprios produtores do lixo, ou seja, cada cidadão, por si mesmo, resolve aderir e fazer a separação em casa. A professora Maria Elizabeth Menandro Lessi, 55 anos, mostra que a mobilização da comunidade tem força.
Ela também é moradora no edifício Veneza e sempre ouviu falar em reciclagem, mas só começou a fazer a separação quando o projeto foi implantado no condomínio. “Já tinha conhecimento, mas não tinha um meio de fazer isso. Você tem as informações, mas o tempo vai passando e você não conhece o procedimento para fazer funcionar”, diz.
Elizabeth conta que passou a ideia adiante, contando para amigas e conhecidos sobre o projeto implantado no edifício e soube recentemente que moradores no prédio vizinho copiaram a ideia. “Faz bem para o futuro do nosso planeta, que está tão prejudicado com poluição e as enchentes, tudo isso por falta de conhecimento. Nós somos responsáveis e, mesmo que a curto prazo, somos capazes de mudar um pouco dessa realidade”, reconhece.
Na sua casa, Beth separa o lixo orgânico do reciclável, e lava as embalagens para que o apodrecimento dos restos de comida não deteriore os materiais. “A forma como deveria ser feito foi passada na reunião de lançamento do projeto e através de folhetos. Além disso, a equipe que coordena a coleta no edifício está sempre disponível para esclarecimentos”, diz.
Reciclar
Reciclar do inglês recycle, significa: Re (repetir) e cycle(ciclo), ou seja, repetir o ciclo. “Reciclagem é a coleta, processamento, comercialização e uso de materiais considerados “lixo’” (EPA – Enviroment Protection Agency) para a fabricação de novos produtos, reduzindo o impacto ambiental provocado pela ação do homem.
Vantagens
As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamento final, como aterramento ou incineração.
Tempo de decomposição dos materiais na natureza
1000 anos - lata de alumínio
3 meses - papel
2 meses - restos orgânicos
5 anos - chiclete
10 anos - lata de aço
100 anos - plástico
6 meses - madeira
10 mil anos - vidro
3 meses - cigarro
Autor: Bom dia Bauru
Fonte: Licita Mais Condomínios
Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.