Até o momento 47 municípios catarinenses decretaram situação de emergência por causa da crise da suinocultura, que perdura por 18 meses. Este número deve ampliar nos próximos dias, com o ingresso da maioria dos municípios que integram a Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (AMOSC).
Esta é uma das piores crises na história do setor e está sendo causada devido ao alto preço de produção dos suínos, aliado ao baixo valor de venda da carne do animal. Santa Catarina é o principal produtor de porcos do país e, só no ano passado, exportou cerca de US$ 450 milhões. O setor estima um prejuízo de R$ 4 bilhões no Brasil e de R$ 1 bilhão em Santa Catarina, uma vez que o Estado é responsável por 25% da produção nacional. Segundo levantamento da ACCS, em 2011 os produtores arcaram com perda de R$ 41 por animal, até maio deste ano o índice aumentou para R$ 58 e deve chegar a R$ 60 nos próximos dias.
O município de Xavantina, um dos que decretou estado de emergência, já foi considerado a capital brasileira da suinocultura, com mais de 400 produtores. Hoje, porém, apenas cerca da metade continua sobrevivendo da atividade. Para uma cidade com cerca de quatro mil habitantes, o problema é grande, já que os suinocultores não conseguem comprar ração nem pagar sua dívida com o comércio local.
A causa da crise, segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos, é o excesso de produção, que derrubou o preço. A entidade quer que o governo federal subsidie a diferença entre o custo de produção e o preço de venda da carne e, para isso, organiza na próxima quinta, 12, uma audiência pública no Senado Federal, em Brasília.
"A pauta de reivindicações contempla três fatores fundamentais para a manutenção da atividade. O primeiro é o pagamento imediato sobre a diferença do valor recebido de R$ 1,90, sobre o custo de produção, R$ 2,57, mediante apresentação de nota. O segundo são medidas para os produtores renegociarem as dívidas. O terceiro refere-se a liberação de recursos para manter as matrizes no campo", explicou o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.
A lista dos municípios que decretaram situação de emergência no estado é a seguinte: Braço do Norte, Seara, Xavantina, Grão Pará, Arroio Trinta, São Ludgero, Salto Veloso, Lindóia do Sul, Orleans e Concórdia. Além desses, o município de Vista Gaúcha, no Rio Grande do Sul, também está na mesma situação.
No Estado são mais de 8 mil produtores de suínos, destes 70% estão na região oeste, meio oeste e extremo oeste. Ao todo são 420 mil matrizes e um plantel de 6,2 milhões de animais. As estimativas de produção para este ano em Santa Catarina são de 800 mil toneladas, com destinação de 200 mil para consumo dos catarinenses, 150 mil toneladas para exportação e com uma sobra de 450 mil toneladas.
"O maior sofrimento é dos produtores independentes que não tem para quem comercializar, o que representa 90% das desistências da atividade. Acreditamos que um preço justo para produzir é de R$ 2,80. É inadmissível trabalhar sem renda, por isso estamos incentivando mobilizações pacíficas com a participação da sociedade. Atualmente, Santa Catarina é o maior produtor de suínos, mas até quando?", finalizou Lorenzi.
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.