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Activa - Contabilidade e Condom?nios

E o impacto global da geração de resíduos sólidos?

17/07/2012 – Nas últimas semanas, o debate ecológico tem girado em torno de uma questão: afinal, somos ou não os responsáveis pelas mudanças climáticas em nosso planeta?

A resposta para esta questão não é simples de ser encontrada, principalmente porque a própria natureza tem seus ciclos e alterações periódicas. Por isso, proponho que pensemos nas mudanças na qualidade dos solos e das águas e, a partir dessa análise, meçamos nossas responsabilidades.

 

A questão dos resíduos sólidos e de seu impacto na qualidade dos solos e das águas evidencia as consequências do grande volume gerado e de seu descarte inadequado, resultando em sua poluição, alagamentos e desperdício de extensas áreas convertidas em aterros sanitários.

 

Uma vez que os resíduos são gerados em nossas casas, no nosso trabalho, na fabricação de todos os insumos que consumimos e na produção das edificações e infraestruturas das cidades, somos todos corresponsáveis pelo presente cenário.

 

Nesse sentido, devemos focar nossas ações na redução da quantidade de resíduos gerada e no desenvolvimento de soluções e alternativas para a sua reinserção na cadeia produtiva e destinação final.

 

Reduzir a sua geração implica em:

 

- consumir menos

- evitar desperdícios

- otimizar processos produtivos

- possibilitar a triagem

- fazer escolhas que considerem a natureza e os componentes dos bens consumíveis a fim de limitar a presença de contaminantes nas áreas de descarte. 

 

Essas ações exigem sensibilidade e espírito colaborativo dos indivíduos, além de planejamento das organizações.

 

Para o setor da construção civil, impõe-se a necessidade de garantir projetos mais otimizados, além de aperfeiçoamento de tecnologias construtivas e capacitação profissional.

 

Interessante lembrar que a arquitetura das edificações também interfere no nível de eficiência do gerenciamento de seus resíduos. O bom projeto de arquitetura garante a disponibilidade e o dimensionamento adequado dos espaços para a triagem desses materiais o mais próximo possível de sua fonte de geração, otimizando a funcionalidade de seu manuseio e transporte. É fundamental também a segurança destes abrigos para esses materiais já classificados até a sua retirada.

 

Quando a ação volta-se à tratativa dos resíduos gerados e destinação final, torna-se extremamente relevante a atuação do poder público dos municípios em conjunto com as organizações privadas. A formação de cadeias de valorização de resíduos e a logística reversa dependem da associação entre a produção e a infraestrutura disponível para o recebimento, tratamento, transporte e descarte final deles.

 

De modo geral, a questão pode ser enfrentada a partir de:

 

- estímulo e orientação para a correta segregação dos resíduos, por parte do gerador, a fim de manter a qualidade necessária para sua reinserção na cadeia produtiva

- disponibilidade de áreas públicas e privadas para recebimento, triagem, beneficiamento e destinação final das diversas classes de resíduos

- desenvolvimento de parcerias entre geradores, fornecedores e fabricantes com o intuito de estabelecer e manter mecanismos de logística reversa

- organização do fluxo de remoção dos resíduos e formalização dos transportadores (desde carroceiros até empresas transportadoras)

- desenvolvimento de tecnologias para aproveitamento e reciclagem dos resíduos

- desenvolvimento de tecnologias para descontaminação de certas classes de resíduos.

 

Considerando os resíduos da construção civil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em seu último decreto, datado de 2010, apresenta exigências mais específicas, as quais, aliadas às da resolução Conama no 307, pretendem exercer maior pressão por soluções compartilhadas entre todos os agentes do setor para garantir uma adequada gestão.

 

Sendo assim, os Municípios, além do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, devem desenvolver um Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil, por meio do qual formalizem uma rede de áreas para o manejo de pequenos e grandes volumes desses materiais, bem como um programa de fiscalização e de informação ambiental.

 

Enfim, a adoção de medidas minimizadoras na geração dos resíduos e de mecanismos de gestão e tratamento contribui significativamente para a menor incidência de impactos sobre os solos e as águas superficiais e subterrâneas de nosso planeta. Além de minimizar contaminações, a disseminação dessa nova maneira de fazer as coisas contribui para a conscientização coletiva, no sentido de mostrar que a ação individual é de suma importância e que existe todo um potencial nessa nova economia formada a partir do insumo “resíduo”.

 

Esta é, sem dúvida, uma responsabilidade efetiva do ser humano, e que tem urgência de ser enfrentada e debatida globalmente.

 

(*) Clarice Menezes Degani é engenheira especialista em sustentabilidade e assessora da vice-presidência de Sustentabilidade do Secovi-SP

 

 

Autor: Clarice Menezes Degani

Fonte: Secovi SP

Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.

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