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As medidas anunciadas recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de apoio ao Suinocultor contra a crise não estão sendo cumpridas. Com isso, mais de 240 suinocultores em Santa Catarina abandonaram as atividades, e as perdas chegam a R$ 1 bilhão nos últimos 18 meses. Alguns produtores que ainda não deixaram a produção também não descartam a possibilidade, como é o caso do suinocultor Edemisom Lazzari, que cortou a sua produção em 30% nos últimos 30 dias, e ainda prevê parada das atividades nos próximos meses.

Com cinco anos sem investimentos nas instalações de criação de suíno, em Concórdia, por causa da crise o suinocultor Edemisom afirmou que as medidas anunciadas pelo governo não chegaram a ele, e que o custo da produção está muito alto. Um exemplo é a saca de milho que hoje está custando entorno de R$ 33,50. "Sem as medidas do governo procuro outras formas de renda, já que viver da suinocultura não é mais viável no Estado", disse Edemison.

Dentre as principais medidas anunciadas pelo Governo Federal que não está sendo cumpridas, os criadores confirmam que o valor do suíno vivo, que deveria alcançar R$ 2,30 e atualmente está em R$ 2,10 é a que mais afeta a decisão para deixar as atividades. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Suíno em Santa Catarina (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, a negociação da dívida que o criador tem também não está acontecendo. "Sem a negociação da dívida muitos suinocultores do estado estão tendo que deixar a atividade, por falta de condições para se manter", afirmou Losivanio.

A expectativa para converter a crise está na abertura do mercado de exportação para Russa, segundo a ACCS, e um possível crescimento nos lucros, após a metade do mês de agosto, quando poderá se confirmar a abertura do mercado Russo para a carne suína de Santa Catarina.

Medidas do Ministério da Agricultura

Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS ) Marcelo Lopes, todas as providências tomadas pelo governo para atenuar a crise precisam passar pela discussão no Conselho Monetário Nacional, o que ainda não aconteceu e que piora a situação dos criadores. As medidas são: leilão de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para apoiar a comercialização de suínos vivos e assegurar aos produtores rurais um preço de referência de R$ 2,30/kg, além da prorrogação das dívidas de custeio e investimento; criação da Linha Especial de Crédito (LEC) para os adquirentes de leitões ao preço de R$ 3,60 / kg de leitão vivo, podendo acessar esta linha produtores, agroindústrias, cooperativas e varejistas; e a criação de uma linha de retenção de matrizes suínas com limite de R$ 2 milhões por produtor, com até dois anos de prazo.