Os preços dos produtos alimentícios essenciais apresentaram alta em março, em 14 das 17 capitais onde o Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica.
Em Florianópolis, o valor da cesta básica, em março, ficou 3,65 % mais caro e custou R$ 250,28 ao consumidor. Esse valor representa 49,92% do salário mínimo nacional. Os produtos que tiveram maior elevação nos preços e puxaram o acréscimo foram o tomate (20,72%), a batata (14,29%), o óleo de soja (5,25%) e a manteiga (4,72%).
As principais altas ocorreram em Natal (6,19%), Salvador (4,90%), Vitória (4,88%) e Rio de Janeiro (4,33%). Houve queda apenas em Recife (-0,77), Manaus (-0,54%) e Brasília (-0,05%).
São Paulo é a mais cara
Com aumento de 2,45% no mês, São Paulo continua sendo a capital mais cara do país. Em março, a cesta custou R$ 267,58 na capital paulista. Porto Alegre, cuja cesta apresentou aumento de 1,80%, foi a segunda cidade mais cara (261,13); Rio de Janeiro, a terceira, com R$ 259,80, e Vitória, a quarta, com R$ 258,32. Aracaju (R$ 192,35) foi a única capital onde os produtos básicos custaram menos de R$ 200,00.
Baseado no custo mais elevado apurado para a cesta básica, no caso a de São Paulo, e considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em março, o menor valor pago deveria ser de R$ 2.247,94, o que corresponde a 4,12 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00, valor superior ao de fevereiro (R$ 2.194,18). Em março de 2010, o valor era de 2.159,65 (4,23 vezes o mínimo vigente de R$ 510,00).
Variações acumuladas
Em março, todas as capitais pesquisadas apresentaram variações acumuladas positivas em 12 meses. Mas apenas cinco localidades registraram altas acima de 10,0%: Fortaleza (19,99%), Natal (17,93%), Goiânia (17,22%), Vitória (11,23%) e Belo Horizonte (10,87%). Em três cidades o aumento inferior a 4,0%: Porto Alegre (1,58%), Recife (3,84%) e João Pessoa (3,90%). No trimestre, as capitais que registraram as maiores variações foram Salvador (9,44%), Aracaju (9,36%) e Brasília (7,14%). Apenas Manaus teve variação negativa (-0,27%).
Cesta x salário mínimo
A jornada de trabalho necessária para a aquisição da cesta total foi, em março, de 96 horas
e 13 minutos, cerca de uma hora a mais que no mês anterior, que era de 95 horas e 09 minutos, ambas maiores que a de março de 2010, quando foi de 94 horas e 38 minutos.
O custo da cesta básica alimentar comparado com o salário mínimo líquido - isto é, após
os descontos da Previdência Social - apresenta relação semelhante. Considerando a média das 17 capitais, no mês de março a taxa era de 47,54%; no mês de fevereiro, de 47,01% e, em março de 2010, de 46,75%.
Preços
Os produtos alimentícios, em sua maioria, apresentaram aumento de preço no mês de março, como o café em 16 capitais, com alta em Salvador (10,99%), Vitória (9,64%) e João Pessoa (5,00%).
A única redução foi observada no Rio de Janeiro (-0,60%). Apresentaram aumento também o óleo de soja, com a maior alta em Salvador (26,95%); a manteiga, que teve a maior alta em Florianópolis (4,71%); o feijão, com maior alta no Recife e a batata, que teve alta em todas as capitais do centro e sul do Brasil.
As variações anuais apresentaram altas generalizadas pelas capitais pesquisadas. Quatro produtos: a carne, o leite, o café e o óleo de soja encareceram em todas as 17 capitais; o feijão e o pão, em 16 delas.
Carne
A carne, produto de maior contribuição no custo da cesta, teve aumentos expressivos. Apenas em Aracaju (9,10%) a taxa foi inferior a 15%, enquanto Fortaleza (31,03%), Rio de Janeiro (30,89%), Goiânia (27,15%) e Vitória (27,07%) se destacaram na variação positiva anual.
A principal causa da elevação do preço da carne foi o aumento da demanda internacional aliado ao elevado preço no mercado global. As maiores altas do leite foram anotadas em Fortaleza (17,71%), em Manaus (14,31%) e Goiânia (14,20%); e as menores em Porto Alegre (1,76%) e Aracaju (1,23%).
Os aumentos no produto foram efeito das fortes chuvas, com destruição de estradas e pontes, encarecendo o custo do transporte para as cooperativas ou empresas processadoras do leite. Tal situação não ocorreu em igual período do ano passado.
As reduções anuais se restringem ao arroz em 16 cidades e à batata em oito das nove regiões onde seu preço é pesquisado. O arroz teve barateamento forte em várias capitais, como em Salvador (-16,98%), Vitória (-15,14%), João Pessoa (-14,77%) e Natal (-13,61%).
Autor: Economia SC
Fonte: Economia SC
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