Contrária à aprovação do projeto de lei que propõe o fim da cobrança nos estacionamentos de shoppings, em tramitação na Câmara dos Deputados, a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) disse, em entrevista ao R7, temer que a “conta” da aprovação da proposta sobre para o consumidor.
De acordo com Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relações Institucionais da associação, parte da verba arrecadada com os estacionamentos é usada para pagar despesas dos centros comerciais (a outra fica com os responsáveis pelo serviço). Com menos dinheiro em caixa, os preço dos condomínios ficariam mais caros e, consequentemente, obrigariam os lojistas a cobrar mais por seus produtos.
- Em vários shoppings, a receita do estacionamento serve pra deduzir despesas do condomínio junto aos lojistas. Se isso não acontecer, o lojista seguramente será onerado e, sendo assim, ele vai repassar esses gastos sobre os preços [dos produtos].
Pela proposta, de autoria do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), ficam livres da cobrança os consumidores que fizerem compras no local, dentro de um prazo de quatro horas. O texto, porém, estava engavetado há 14 anos e ainda precisa ser votado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa – o que deve ocorrer até o fim do mês – para depois ir a plenário.
Outro problema apontado pelo diretor da Alshop é em relação à disponibilidade de vagas nos estacionamentos. Segundo ele, a ideia de cobrar para estacionar surgiu, justamente, para inibir que não consumidores usassem os espaços destinados aos clientes.
- A instalação de shoppings nos grandes centros costuma atrair uma série de empreendimentos ao redor. O que acontecia é que as pessoas que trabalhavam nesses locais vizinhos usavam os estacionamentos do shopping, deixando o cliente sem vaga. A cobrança foi uma forma encontrada pra que o consumidor não perca tempo procurando lugar pra estacionar.
Questionado sobre os preços “abusivos” cobrados por alguns locais – uma reclamação da população relatada pelo deputado petista ao R7–, Silva explicou que as taxas variam de acordo com a demanda. Ou seja: quanto maior o número de “vizinhos” (que não são clientes) querendo estacionar, mais caro o preço.
- Certamente, se o consumidor puder escolher entre pagar [para estacionar] e ficar rodando procurando vaga, ele vai preferir pagar.
O diretor da Alshop também negou que as associações façam lobby contra o projeto de lei, mas disse que as associações que representam o setor já apresentaram à Câmara os argumentos contrários à proposta.
O R7 também tentou falar com a Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers), entidade que foi à Justiça contra a aprovação de leis estaduais semelhantes no passado, mas não obteve resposta.
Autor: R7
Fonte: Licita Mais Condomínios
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