Moradores de um condomínio no Parque Imbuí estão preocupados com uma obra que foi iniciada em um terreno às margens do rio que corta o bairro. O local estaria sendo preparado para receber um condomínio e por conta disto os proprietários estão fazendo modificações na vegetação e no terreno.
A preocupação de quem mora na Estrada Granja Floresta está no período de chuvas que se aproxima, pois na tragédia do dia 12 de janeiro, houve uma grande inundação e ocorreram vários desliza-mentos. Várias casas sofreram com a invasão da lama e as marcas da invasão ainda estão bem visíveis.
“A gente aqui na época da tragédia ficou entre o deslizamento de encostas na estrada e a inundação do rio, ficamos exprimidos entre essas duas catástrofes. Essa área já era de inundação, que tecnicamente é chamada de refugo das águas e recebeu uma quantidade absurda de água e lama, foi toda soterrada e recebeu a licença para a construção de um condomínio e nós moradores da região estamos preocupados porque se houver a construção é passível de alagamento. Se for aterrado, vai ser construído um dique de contenção que é capaz de aumentar muito mais a inundação que já ocorreu dali pra trás.
A nossa preocupação é de não entender como é que existe a licença para essa construção”, afirmou a moradora Luiza Pinheiro.
Um riacho que passava pelo terreno foi desviado com manilhas para não passar por dentro da propriedade e um lago que era uma das paisagens do local foi desativado.
Segundo Luiza a prefeitura havia indeferido qualquer obra no local, porém pouco tempo depois os responsáveis conseguiram uma autorização. Cientes disto, os moradores fizeram um requerimento para impedir o avanço dos trabalhos. O Ministério Público também foi acionado para avaliar o que está sendo feito.
“Duas casas foram totalmente invadidas, as que ficam mais próximas do rio, foram invadidas por lama no primeiro andar inteiro e cercas, tudo foi embora. E é nessa área que se dá licença para construção. Um primeiro fiscal indeferiu essa licença e depois por alguma razão que a gente continua sem entender a licença foi concedida, então fica a pergunta como uma coisa dessa acontece, com uma memória tão recente, numa cidade onde a gente já se espanta de muitas coisas não serem feitas e se espanta mais ainda que quando são feitas, são para aumentar o risco dos moradores”, disse Luiza.
A moradora acredita que deveria haver preocupação redobrada porque a situação envolve dos aspectos: a preocupação com o meio ambiente e também com a possibilidade que mais vidas possam se perder no local em caso não haja um estudo adequado de interferência no local para a instalação de novas moradias no entorno.
“São dois assuntos diferentes de importâncias diferentes, sem duvida era um local que tinha um lago belíssimo, com muita vida, muita fauna, o lago estava aqui há mais de 50 anos, uma questão ambiental e estética também. Agora é uma questão de segurança, de catástrofe, de calamidade, de perda de vidas pelo aterramento do lago e talvez pela futura construção, risco para os novos moradores e para os moradores existentes”, destacou.
Em nota da assessoria de comunicação da prefeitura, “a fiscalização ambiental, da Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil, informa que o processo referente a obra na Rua Granja Floresta, no Parque do Imbuí, já foi encaminhado para o Fiscal de Obras, que fará a análise necessária. Após a análise do Fiscal, será emitido o laudo quanto à autorização das obras”.
Autor: O Diário de Teresópolis
Fonte: Síndico Net
Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.