Segundo o advogado Eduardo de Moraes, o primeiro ofício teria sido encaminhado à empresa TO – Tecnologia Organizacional em novembro do ano passado. O documento referia-se às obras realizadas no terceiro andar. A resposta teria sido enviada no mesmo mês pela empresa, atestando que a reforma não apresentava nenhum problema.
O segundo pedido de explicações técnicas, ainda segundo o advogado, teria sido enviado este mês à empresa, mas a resposta não chegou antes do acidente
Em entrevista coletiva nesta sexta, o advogado da TO, Jorge Willians, afirmou que a exigência de um laudo técnico para as obras do nono andar seria um “capricho do síndico”, pois as reformas não necessitariam de tal autorização.
O síndico do edifício Liberdade – prédio de 20 andares que, ao ruir, levou duas construções vizinhas –, Paulo Renha, disse ter tomado “todas as providências necessárias para que isso (o acidente) não acontecesse”. “Porém, não sou engenheiro para prever o que aconteceria”, acrescentou.
O sócio-diretor da empresa, Sérgio Alves, disse que “jamais existiu omissão por parte da TO”. Ele ainda relatou que há 11 funcionários envolvidos na tragédia, entre mortos e desaparecidos.
Depoimentos
Uma das pessoas a prestar depoimento sobre o acidente nesta sexta-feira foi o operário Alexandre da Silva Fonseca, 31, que trabalhava em uma reforma no 9º andar de um dos edifícios e que foi resgatado com vida dentro de um elevador.
Alexandro disse mais cedo que a reforma que ocorre há duas semanas e meia serviu apenas para remover algumas paredes de alvenaria com a finalidade de trocar dois banheiros de lugar. O operário não soube, no entanto, dizer se havia um engenheiro responsável pela reforma no prédio de 20 andares. “Acho que a obra não provocou o desmoronamento do prédio, porque nós não mexemos em nenhuma contenção [estrutura]”, afirmou.
O operário contou que eles trabalhavam sempre à noite e a pessoa com quem ele conversava era uma mulher chamada Cristiane, mas Alexandro não soube dizer se ela era engenheira ou não. "O pessoal grandão não ia falar comigo sobre quem era o engenheiro, a menina que falava com a gente era a Cristiane e me pedia apenas para eu auxiliar no trabalho", contou. Ele também afirmou que eles utilizavam uma planta para a reforma, mas não soube dar detalhes.
As reformas que aconteciam no edifício, no 9º e 3º andares, são apontadas como possível causa do desabamento, mas não há confirmação.
A polícia ainda não informou quem são as outras pessoas que já prestaram depoimento. “Todas as testemunhas se colocaram à disposição para fornecer informações", afirmou hoje a chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha. Segundo Rocha, todos os delegados da unidade foram deslocados para a rua Treze de Maio logo após o acidente. A equipe envolvida nas investigações é a mesma que apurou outra tragédia: a explosão no restaurante Filé Carioca em outubro de 2011.
As equipes de socorro, comandadas pelo Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros com o apoio da Defesa Civil e da Polícia Militar, intensificaram hoje o trabalho de busca por mais vítimas, já que ainda há cerca de 15 desaparecidos. Cães farejadores ajudam nos resgates. As dificuldades, segundo os bombeiros, são geradas principalmente pela nuvem de poeira que ainda é intensa no local.
Os acessos a cinco prédios da rua Treze de Maio estão totalmente bloquados --a situação só será normalizada na segunda-feira (30). A prefeitura afirma que não há "qualquer tipo de risco estrutural" para esses imóveis, mas as interdições foram determinadas por questão de prevenção.
Autor: UOL
Fonte: Direcional Condomínios
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