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Assaltos crescem 17%

01/03/2011 – No mês de janeiro foram registradas 2.169 ocorrências nas duas cidades, no mesmo período do ano passado foram 1.857

O número de roubos e furtos aumentou 17% nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande em janeiro. Conforme os dados estatísticos da Polícia Civil, foram 2.169 ocorrências este ano, enquanto no mesmo período do ano passado, aconteceram 1.857. Além da quantidade, os crimes chamam a atenção pela crueldade empregada nas ações. Algumas ocorrências acontecem com reféns, que são torturados de maneira física e psicológica pelos marginais, que não têm mais horário para cometer o crime e invadem casas e comércios em plena luz do dia.

 

Uma das vítimas foi B.C., 46, que mora no bairro Jardim Eldorado, em Várzea Grande. Ele foi abordado pelos ladrões na frente de casa e ficou na mira de um revólver por mais de 2 horas. "Eles nos humilharam todo o tempo. Nunca pensei que passaria por isto".

 

B. mostra a indicação de venda, que colocou na porta do imóvel. A família está com medo e quer mudar da comunidade, onde morou por mais de 15 anos. A esposa dele está abalada e não consegue falar do caso sem chorar. Agora, os portões estão sempre fechados e assim que escurece, todas as portas e janelas são fechadas também.

 

A casa perdeu a característica de receptiva, como era antes de assalto. A vítima conta que estava na frente de casa conversando com um parente quando os ladrões chegaram. Era aniversário de 52 anos da esposa dele e a família resolveu fazer um jantar, apenas com os familiares. Na ocasião estavam 4 adultos e 2 crianças no local.

 

Todos foram amarrados e o grupo, formado por 3 homens, começou a retirar todos os objetos de valor de dentro da casa. Eles usaram o carro do filho da vítima, que estava estacionado na frente do imóvel para fugir com os objetos. "Fizeram um verdadeiro limpa. Até as cadeiras da área foram levadas".

 

A ação aconteceu por volta das 19h e haviam muitas pessoas na rua, mas nenhuma delas percebeu a movimentação e nem os envolvidos carregando o carro. "Quando eles entraram, minha mulher estava abrindo o presente, que ganhou da nora. Eles falaram que iam deixar o presente da tia, mas era para ficarmos todos quietos".

 

No Jardim Atlântico, o comerciante P.S.P. foi abordado quando chegava em casa do trabalho, por volta das 21h. Ele abriu o portão, estacionou o carro e quando saiu na garagem os ladrões chegaram. Os bandidos amarraram e amordaçaram o comerciante, utilizando o fio do telefone e uma camisa.

 

O grupo queria dinheiro, jóias e uma caminhonete do empresário, que não estava no imóvel. Os marginais conseguiram fugir e um suspeito foi morto algumas horas depois pela Polícia.

 

Valor imobiliário - O presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais, Comerciais e Condomínios de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi), Marco Pessoz, explica que não existe bairro seguro. Todos têm casos de assaltos e as pessoas que buscam locação, sempre exigem a instalação de sistemas de segurança, como cerca elétrica e alarmes. O investimento em segurança, geralmente, é entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil para um sistema básico.

 

Ele diz que na maioria das ocorrências, os assaltantes fazem um estudo do comportamento da família e entram quando não há ninguém na casa. Devido ao temor, causado pela violência, a maior parte não conhece os vizinhos, que por medo de se envolver ou ser outra vítima dos criminosos, ouve o alarme, mas não sai de casa para saber o que está acontecendo.

 

A falta de segurança é um fator que aumenta a busca por condomínios fechados. O problema é que as casas instaladas no local são de alto custo. A disponibilidade para locação é mínima e chega a menos de 10% dos imóveis desocupados. Os outros 90% são para venda.

 

Pessoz afirma que os apartamentos hoje são a "bola da vez". Quando estão disponíveis, alugam em pouco tempo. Parte das pessoas que procura por este tipo de imóvel, já foi vítima de assaltos, muitos deles traumáticos.

 

O presidente diz que já teve clientes que foram assaltados e depois não voltaram na casa nem para pegar os objetos pessoais. A família mudou-se para um hotel e passou a procurar com urgência um apartamento.

 

O crime - O delegado Carlos Américo Marchi explica que existem vários fatores que influenciam no aumento da criminalidade.O primeiro deles é a fragmentação da família e a deficiência do serviço educacional, que nos países da Europa, Estados Unidos e Japão, ocupam 8 horas da vida do estudante. Aqui no Brasil, a carga horária é inferior a 4 horas em algumas unidades, o que deixa o jovem com muito tempo ocioso e sem nenhum tipo de vigilância de responsáveis. "Ele fica exposto a todo tipo de relacionamento, inclusive os com criminosos".

 

Neste caso, os jovens também têm acesso ao tráfico de drogas e acabam tornando-se "escravos" dos traficantes devido a dependência química.

 

Quando chegam na adolescência, Marchi argumenta que a maioria não tem qualificação para entrar no mercado e quando conseguem um "subemprego", o que inviabiliza qualquer interesse de compra.

 

Outro fator que torna atraente o mundo do crime é a legislação brasileira, que é branda. O delegado argumenta que os benefícios concedidos aos detentos, como a progressão de pena, faz com que os criminosos tenham a certeza do não cumprimento integral punição.

 

Toda a propagação da criminalidade causa nas pessoas a sensação de temor, fazendo as família ficarem cada vez mais reclusas e sem contato com a comunidade, que pode ser aliada no combate a roubos e furtos.

 

Sem segurança - As pessoas tentam equipar a casa com mecanismos de segurança, como cerca elétrica e alarmes, mas o delegado Carlos Américo Marchi explica que nenhum dos recursos é 100% eficaz contra os ladrões. A melhor forma de prevenção ainda é um relacionamento positivo com os vizinhos.

 

Ele conta que as pessoas que moram ao lado sabem a rotina da casa e devem ter o número de telefone do vizinho para informar alguma movimentação estranha.

 

O delegado relata que as pessoas estão cada vez mais distantes da comunidade onde moram e chegam ao ponto de não saber com quem dividem o muro. Alguns optam por mudar para prédios e condomínios fechados, que não são mais sinônimos de segurança.

 

Parte dos casos que chega a Polícia de invasão de apartamentos, casas e, principalmente, estabelecimentos comerciais tem a participação de trabalhadores e integrantes da segurança dos imóveis.

 

Outra questão é a falta de preparação tanto dos seguranças, como dos próprios moradores. Ele cita que no prédios de luxo, toda pessoa que chega com um carro caro e faz sinal de luz na portaria, acaba conseguindo entrar sem ser questionado pelo porteiro. Poucos tomam a precaução de ver se o proprietário da casa é o condutor.

 

O delegado conta que já teve casos do ladrão entrar pelo portão da garagem, com um carro roubado. Entrar no elevador e depois roubar várias residências sem que o segurança perceba qualquer ação.

 

O aperfeiçoamento do crime é tanto, que os ladrões conseguem até fazer uma cópia do aparelho que abre as garagens eletrônicas. Em contrapartida, os moradores entram na garagem sem ver se existe alguém nas proximidades do portão. Eles também deixam as portas abertas e não avisam ao porteiro quando um pessoa desconhecida vai frequentar a casa.

 

 

 

 

 

Autor: Gazeta Digital

Fonte: Síndico Net

Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.

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