O empresário Adriano Lapenda, 51 anos, é o único responsável por toda a confusão iniciada por causa de um som alto, no último dia 23 de janeiro, em um condomínio, em Serrambi, no Litoral Sul, quando uma estudante acabou baleada na coxa. Essa foi a conclusão a que chegou o delegado de Ipojuca, Paulo Alberes, que apresentou ontem a finalização do inquérito policial do caso. Apesar da Campanha do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ´Som sim, barulho não`, somente neste ano mais de 36 mil novas queixas de incômodo sonoro chegaram ao Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes) até fevereiro deste ano.
Segundo o delegado Paulo Alberes, Adriano era o único que portava arma de fogo no momento da discussão. O empresário, que apontou os seguranças como autores do disparo, está sendo acusado de tentativa de homicídio, modificação do local do crime e transitar com arma de fogo de forma irregular. Paulo Alberes já pediu à Justiça a prisão preventiva do suspeito. Quemtambém será indiciada por falso testemunho é a vítima do caso: a estudante Flávia da Mota Silveira, 21, que mentiu para a polícia ao afirmar que o disparo que a atingiu havia sido feito pelos seguranças de um condomínio vizinho. Nancy Alvares, prima do empresário, também será indiciada pelo mesmo crime.
De acordo com a polícia, irritado por ter sido alertado já pela terceira vez pelos seguranças, em razão do som alto e pelo incômodo aos vizinhos, o empresário teria atirado com um revólver de dentro da casa para fora, errando o alvo. Na confusão, os seguranças fugiram e Adriano aproveitou para trocar o revólver por uma pistola 380 (visando confundir as investigações) e atirar nas motos dos seguranças, que explodiram em seguida.
O delegado Paulo Alberes citou a reportagem do Diario e de uma emissora de TV como fontes que comprovavam as contradições do acusado. ´Todas as informações que o empresário prestou à polícia foram mentirosas. A partir do momento em que ele se identifica como engenheiro e não é. Ele disse nas reportagens que atirou de revólver e ele nos diz que não atirou de revólver. Ele também afirmou que foram os vigilantes quem atiraram, e os vigilantes não estavam armados. Toda a confusão, inclusive o tiro na moça, foi provocada pelo senhor Adriano Lapenda`, afirmou o delegado.
A pistola calibre 380 foi encontrada pela polícia. Já o revólver, não foi localizado. ´Nos interrogatórios, cheguei a perguntar ao Adriano se ele sabia a diferença entre uma pistola e um revólver, e ele disse que sabia. Então, por que nas entrevistas ele falou sempre a palavra revólver?` questionou Paulo Alberes.
A reportagem do Diario chegou a falar com Adriano Lapenda, no fim da tarde de ontem. Mas ele se recusou a comentar a conclusão do inquérito alegando que estava dirigindo. Ele disse, inclusive, que somente o seu advogado, Clio Ribeiro, poderia falar sobre o caso. O seu representante, no entanto, estava com o celular desligado.
Autor: Diário de Pernambuco
Fonte: Síndico Net
Obs.: Os textos aqui apresentados s?o extra?dos das fontes citadas em cada mat?ria, cabendo ?s fontes apresentadas o cr?dito pelas mesmas.